Monumentos Megalíticos
Rota Megalítica
Estas terras, outrora densamente povoadas nos tempos pré-históricos, guardam segredos ancestrais que nos transportam milhares de anos no tempo.
Entre antas e menires, o concelho abriga mais de 150 achados arqueológicos, vestígios deixados por civilizações que aqui habitaram há mais de 6.000 anos! A presença humana, ligada à terra que a sustentava, levou à criação destes imponentes blocos de granito esculpidos, usados para demarcação de território e rituais de fertilidade e culto ao desconhecido, muitas vezes associados aos fenómenos atmosféricos.
Este impressionante património megalítico é uma verdadeira janela para o passado, refletindo a permanência do Homem nesta região fértil e imponente.
É importante referir que esta Rota Megalítica não fica completa se não referir dois monumentos que ficaram de fora, por razões diferentes.
O primeiro é um conjunto pré-histórico, com cerca de 5000 anos, constituído pelos vestígios de um santuário megalítico, incluindo diversos menires. Este complexo, que pertence ao Museu Arqueológico do Complexo dos Perdigões está situado na Herdade do Esporão e suscitou o interesse da comunidade cientifica internacional, tendo-se convertido numa referência para a investigação pré-história europeia.
A Herdade do Esporão assumiu desde o primeiro instante a vontade e a responsabilidade pelo estudo e preservação deste conjunto patrimonial, assumindo o custo de não plantar vinha na área do sítio arqueológico e participando financeiramente na sua investigação científica, em curso desde 1997.
O segundo, um menir encontrado em escavações realizadas no Monte da Ribeira nos anos 90 com cerca de 4,7 metros de altura e 1 metro de largura.
Este exemplar, datado de fins do 4º milénio ou na transição para o 3º milénio a.C., encontra-se agora instalado numa sala reservada a objetos pertencentes à cultura megalítica no Museu Megalítico José Maria da Fonseca.
Esta rota, composta por 5 paragens, poderá demorar cerca de 2 horas, dependendo do andamento de cada um. Pode ser realizada quer por mota, quer por carro, sem qualquer problema. No entanto passa por estradas de terra batida.
Rocha dos Namorados



A primeira paragem é o Menir da Rocha dos Namorados a pouco mais de 6 quilómetros de Reguengos de Monsaraz em direção a Monsaraz pela M514.
Este menir é um afloramento natural de granito, em forma de cogumelo. Com cerca de 7 metros de perímetro é uma valiosa testemunha da continuidade dos cultos relacionados com a fecundidade ao longo dos tempos.
Com mais de 2 metros de altura, apresenta ainda várias “covinhas” que podem estar relacionadas com elementos gráficos de significado desconhecido, mas comum no megalitismo. Tem ainda uma cruz que deverá ter sido talhada para cristianizar algum antigo ritual de fertilidade.
O topo está coberto de pequenas pedras soltas que representam um antigo ritual pagão que se manteve até hoje.
Segundo a tradição, as raparigas solteiras vão ali na segunda-feira de Páscoa para consultar o menir em matéria do seu casamento. Cada pedra atirada ao topo do monumento e que caia representa um ano de espera em relação ao casamento. A quem quiser experimentar, não esquecer que o ritual terá que ser realizado com a mão esquerda e de costas para o menir.
Antas do Olival da Pega




Neste local foram construídas as duas Antas do Olival da Pega, datadas de 3500 a 3000 a.C., que completavam um complexo funerário de proporções incríveis, destacando-se a espessura da laje de cobertura da Anta Grande.
A importância destas antas foi visível pela quantidade de peças funerárias encontradas durante o seu estudo, que reuniu cerca de 134 placas de xisto e 200 vasos cerâmicos, mas também pela sua necrópole de características assumidamente coletivas onde estariam sepultadas aproximadamente 140 e 118 pessoas, respetivamente, em cada um dos complexos.
Ao visitar o local apenas é possivel identificar uma das antas, a segunda anta, é a anta de menores dimesões a anta de menores dimensões onde restam apenas as paredes, já que não tem a laje de cobertura.
Menir do Outeiro


A meio caminho entre as povoações do Outeiro e da Barrada, encontramos o Menir do Outeiro, também conhecido na região por “Penedo Comprido”, eleva-se a uma altura de mais de 5,6 metros com um topo que se assemelha a um báculo com 30 cm de diâmetro. Foi reerguido na sua localização original em 1969, ano em que foi descoberto, e é considerado o mais impressionante menir isolado da Península Ibérica e também um dos mais notáveis da Europa.
Menir da Bulhoa



Deixando o estradão de terra batida para trás e já a rolar sobre alcatrão, encontramos o Menir da Bulhoa, também conhecido por Menir da Belhoa.
A cerca de 50 metros da estrada, este menir foi encontrado partido neste mesmo local em 1970, tendo sido reerguido no mesmo ano sobre uma base de granito na tentativa de reconstruir a sua altura original.
Embora dando ideia de serem duas peças distintas, pela cor que granito ganhou, é possível ver no topo a gravação de um grande sol, báculos e linhas em forma de serpente a descer até meio do menir.
Estas inscrições valeram o reconhecimento enquanto Monumento Nacional e a sua datação remonta, provavelmente, a 6000-5000 a.C., correspondendo às primeiras sociedades camponesas na região já que os báculos remetem para a atividade pastoril, podendo o menir relacionar-se com a demarcação e apropriação do território.
Cromeleque do Xerez


A poucos metros do Convento da Orada encontramos o Cromeleque do Xerez.
Este monumento megalítico apresenta um singular formato quadrangular composto por 50 menires de granito, com alturas a variarem entre 1,20 – 1,50 metros, e desenvolve-se em torno de um menir central com cerca de 4 metros de altura que apresenta numa das suas faces diversas marcas, provavelmente de inscrições gráficas, em toda a sua verticalidade.
Identificado em 1969, este cromeleque deverá ter sido erguido no inicio de 4000 e meados de 3000 a.C. e está associado ao culto dos astros e da natureza, sendo considerado um local de rituais religiosos e encontros tribais.
Este cromeleque foi o único monumento da região a ser transferido, em 2004, devido à construção da barragem de Alqueva.